De Autocaravana, tenho vindo a viajar ''cá dentro'' e pela Europa... para lá do Círculo Polar Àrtico - até ao Cabo Norte, onde vivenciei o ''Sol da Meia-Noite''.
Viajei em Autocaravana pelo Norte de Àfrica... (mais de uma vez), muito para lá do Trópico de Cancer... até à Guiné-Bissau.
Fui também por estrada à Àsia - Turquia e Capadócia, sendo que no regresso fiz a Croácia e dei um saltinho a Mostar e Saraevo na Bósnia-Herzegovina.
Sem pretensiosismo literário ou outros, apenas pela PARTILHA, dessas e outras viagens vou dando conta neste espaço.

Países visitados em Autocaravana: - EUROPA: ESPANHA – ANDORRA -FRANÇA-ITÁLIA-MÓNACO- REINO UNIDO - IRLANDA -HUNGRIA-REP.CHECA-SUÉCIA-ESLOVÉNIA - ESLOVÁQUIA- POLÓNIA-AUSTRIA-SUIÇA-ALEMANHA-BÉLGICA-HOLANDA-DINAMARCA-NORUEGA-FINLÂNDIA-ESTÓNIA-LETÓNIA-LITUÂNIA-BULGARIA - BÓSNIA HERZGOVINA- ROMÉNIA -GRÉCIA – CROÁCIA – LIENCHSTEIN – LUXEMBURGO – S.MARINO - VATICANO ÀSIA : -TURQUIA-CAPADÓCIA ÀFRICA: GUINÉ-BISSAU – CASAMANÇA – GÂMBIA – SENEGAL – MAURITÂNIA – SAHARA - MARROCOS

Outras viagens:RÚSSIA (Moscovo e S. Petesburgo) -AMÉRICA do NORTE:CANADÁ (Quebec-Ontário-Montreal-Otawa-Niagara falls) - EUA(Boston-Nova Iorque-Cap Kenedy-Orlando - Miami)AMÉRICA CENTRAL:CUBA (Havana - S. Tiago de Cuba - Trinidad - Cienfuegos - Varadero)- ÀSIA :CHINA (Macau-Hong Kong) - VIETNAM(Hanói-Danang-Ho Chi Min) - África - -Angola - São Tomé e Príncipe (S. Tomé +Ilha Príncipe + Ilhéu das Rolas) - Ilhas - Madeira + Porto Santo + Açores (S.Miguel+Terceira+Pico)

segunda-feira, janeiro 07, 2013

Salto (Montalegre)

Dia 5.JAN.13 - sábado
S A L T O   ( Montalegre )
O percurso pedestre com início na Vila de Salto, em círculo para os lados da Serra da Cabreira 
O outono já morreu e hoje à chegada a Salto a manhã passou a gélida, sendo este o local escolhido para se dar início à caminhada de hoje..
S A L T O ( Montalegre ) a meio da estrada Braga -> Chaves
População: 2.375 habitantes; 
Eleitores: 2.177; 
Área: 7.789 ha.; 
Actividades Económicas: Agricultura (batatas, milho, centeio), pecuária (criação de bovinos, ovinos, caprinos, suínos), pastorícia (gado de Raça Barrosã), apicultura, serralharia, carpintaria, construção civil, panificação, hotelaria, comércio e serviços; 
Artesanato: Pão artesanal, rendas e bordados, alfaiates, tecedeiras, trabalhos em madeira;
Salto, terra do gado Barrosão mais puro, com muito centeio e milho, guardado em belos canastros, erradamente chamados espigueiros por Portugal abaixo, é a freguesia mais populosa do concelho.
Nas suas aldeias antigas, espalhadas pelas serranias e veigas do Baixo Barroso, encaixada entre a Serra da Cabreira e a Serra do Barroso vive uma gente laboriosa, alegre, hospitaleira e orgulhosa de ser de Barroso.
Castros, mamoas, sepulturas em granito, uma Igreja Paroquial antiga de raiz românica e outra moderna, na vila sede de freguesia, mostram um povo crente ontem e hoje e prendem a população ao seu Torrão da Veiga.
Salto foi elevada a Vila a 21 de Junho de 1995, por decisão da Assembleia da República, dia sempre comemorado com grande festa popular.
Património Gastronómico
Fumeiro: - Chouriças de carne - Chouriças de sangue - Salpicão - Alheiras - Presunto - Orelheira e Ranhões
Filhoses: - de lêveda (que se consomem no Sábado Filhoeiro, ou de Entrudo) - de orelheira
Bucho doce do Entrudo, iguaria de pão, açúcar, canela e ovos a rechear o dito e que se está a perder a mestria de o confecionar.
Rojões
Cozido
Cabrito assado no forno de lenha (muito usual em dias de festa)
Arroz de Cabidela (de galinha)
Broa de Milho
Broa de Centeio
Posta barrosã
A praga das aldeias - as moscas - foram definitivamente enxotadas para outras bandas pelos sintomas sentidos de neves próximas. À chegada o termómetro apontava para os 3ºC (-)...
3ºC (neg.)... obrigam a cautelas...
Logo após o início da subida, por entre rasteira vegetação, a temperatura foi gradualmente subindo. Os castanheiros encontravam-se despidos das amarelecidas folhas.
Lá nos píncaros de dois enormes carvalhos, dois avantajados melros lançavam nos ares estridentes e alegres melodias que nos ajudaram a despertar da preguiça matinal.
Já na parte sobranceira avistava-se a Vila lá no fundo, semi-coberta de ténues névoas.
Foi então que a gélida manhã se transformou numa amena temperatura onde os ventos não marcaram presença.
Aqui e ali, inúmeros tapetes verdes invadidos pelas gélidas geadas que amainaram as fainas agricolas e transformavam as poças em frias águas cobertas por inúmeros vidrados de gêlo.
Atingido um dos picos do percurso, ali para os lados da capela do Senhor dos Aflitos, reparamos que estava-mos num local onde as rotas da aviação comercial se cruzavam - uns vindos do norte da europa em direção a sul e outros vindos das ''américas'' de regresso a casa...
Sempre com a Vila em pano de fundo.
Para quebrar a monotonia, ia surgindo uma ou outra mancha de floresta pejada de granitos forrados a verde espesso.
Em chegados a uma das aldeias do percurso, encontramos mulheres a lavar vísceras de porco num regato revestido de plásticos. Foi-nos dito que os homens estariam logo a seguir na tarefa de desmanchar ''os bichos''...
e lá estava o primeiro de ''sete''...
Nestes tempos em que tanto se fala de ecologia, parece-nos que o porco é a máquina perfeita: transforma os vegetais em carne, alimenta-se do supérfluo, dos acréscimos da família, produz o estrume necessário aos campos do agricultor, e depois de morto, serve de talho para o ano inteiro.
E lá estava o primeiro de sete...
mais dois... faz três
Jejuaram a noite anterior para ''limpar''...
Numa mesa, ainda estavam defuntos do ano anterior: presunto, chouriça...
Esconjurado o frio e preparados para o crime, avançaram para ''o cortelho''...
À frente o homem da faca...
mais um... faz quatro... este na fase de ''corte''...
e mais três... sete!... a adornar as paredes as bejecas de tintol... 
Desde os ''untos'' à bexiga, nada é estragado.
Salutar e inteligente este hábito comunitário com origem em tempos imemoriais.
Pelo que nos explicam, depois de algumas noitadas de ''enchimento'', ai temos cada casa rural apetrechada com delicioso condimento para todo o ano: farinheiras, moiras de sangue e de cebola, chouriças de carne, os salpicões deliciosos...
É assim a vida aldeã nesta fase do ano.
Havia-mos ainda de descer os alagados vales de pastoreio, prosseguindo retendo na memória tão interessantes lides que nos foram permitidas assistir.
O chapinhar constante pois não optamos por prosseguir pelos estradões que nos levariam mais confortavelmente ao destino.
Percorridos cerca de 16 km, chegamos ao ponto de partida pelas 14,30h - umas cinco horas de caminhada. 
Ainda demos duas de conversa com um ou outro emigrante na Suiça. Os emigrantes que ainda vão mantendo a chama da visita à terra no período natalício, já bateram em debandada, ficando ainda um ou outro retardado no regresso.
Havia-mos que retemperar forças, sendo desta feita visitado o Restaurante Borda d'àgua, ali pertinho, que nos serviu uma tenra e suculenta ''posta barrosã''.
Um magnífico dia de sol que enriqueceu ainda mais a caminhada.


3 comentários:

Anónimo disse...

Adoro o teu blogue. Apesar da preguiça, consigo viajar nele.
Montalegre diz-me muita coisa. Era bem novinha e, infelizmente, não estava virada para certos lados bons da vida, o que é normal aos 14 anos, mas ainda guardo na memória a magnifica paisagem, que tão bem aqui reproduziste. Beijo :)

Anónimo disse...

Adoro o teu blogue e, apesar de ser uma preguiçosa, farto-me de viajar nele.
Montalegre diz-me qualquer coisa... e ainda guardo na memória a paisagem, maravilhosamente apresentada através das tuas fotos.
Um beijo :)

José Caseiro /Mª Alice Silva disse...

Execelente relato. E que voltas estupendas! Quem me dera...