De Autocaravana, tenho vindo a viajar ''cá dentro'' e pela Europa... para lá do Círculo Polar Àrtico - até ao Cabo Norte, onde vivenciei o ''Sol da Meia-Noite''.
Viajei em Autocaravana pelo Norte de Àfrica... (mais de uma vez), muito para lá do Trópico de Cancer... até à Guiné-Bissau.
Fui também por estrada à Àsia - Turquia e Capadócia, sendo que no regresso fiz a Croácia e dei um saltinho a Mostar e Saraevo na Bósnia-Herzegovina.
Sem pretensiosismo literário ou outros, apenas pela PARTILHA, dessas e outras viagens vou dando conta neste espaço.

Países visitados em Autocaravana: - EUROPA: ESPANHA – ANDORRA -FRANÇA-ITÁLIA-MÓNACO- REINO UNIDO - IRLANDA -HUNGRIA-REP.CHECA-SUÉCIA-ESLOVÉNIA - ESLOVÁQUIA- POLÓNIA-AUSTRIA-SUIÇA-ALEMANHA-BÉLGICA-HOLANDA-DINAMARCA-NORUEGA-FINLÂNDIA-ESTÓNIA-LETÓNIA-LITUÂNIA-BULGARIA - BÓSNIA HERZGOVINA- ROMÉNIA -GRÉCIA – CROÁCIA – LIENCHSTEIN – LUXEMBURGO – S.MARINO - VATICANO ÀSIA : -TURQUIA-CAPADÓCIA ÀFRICA: GUINÉ-BISSAU – CASAMANÇA – GÂMBIA – SENEGAL – MAURITÂNIA – SAHARA - MARROCOS

Outras viagens:RÚSSIA (Moscovo e S. Petesburgo) -AMÉRICA do NORTE:CANADÁ (Quebec-Ontário-Montreal-Otawa-Niagara falls) - EUA(Boston-Nova Iorque-Cap Kenedy-Orlando - Miami)AMÉRICA CENTRAL:CUBA (Havana - S. Tiago de Cuba - Trinidad - Cienfuegos - Varadero)- ÀSIA :CHINA (Macau-Hong Kong) - VIETNAM(Hanói-Danang-Ho Chi Min) - África - -Angola - São Tomé e Príncipe (S. Tomé +Ilha Príncipe + Ilhéu das Rolas) - Ilhas - Madeira + Porto Santo + Açores (S.Miguel+Terceira+Pico)

segunda-feira, março 26, 2012

Viva a Viagem pelas Memórias do Tempo ( Dia 4 )

Dia 4 - 24.MAR.12 - Sábado
BELMONTE - GUARDA - ALMEIDA
Ecomuseu
Após o despertar, decidido visitar o Património do Centro Histórico.
Adquirido bilhete para a visita ao ECOMUSEU, Igreja de São Tiago e Panteão dos Cabrais, MUSEU JUDAICO, MUSEU À DESCOBERTA DO NOVO MUNDO e MUSEU DO AZEITE.
O bilhete custou € 7,50 – Adulto e € 6,00 aposentados e é válido por 3 dias.
Iniciamos a visita pelo ECOMUSEU
 
Historicamente os Cabrais foram a mais importante família de Belmonte, grandes proprietários, construíram este celeiro em frente ao seu solar tendo ficado a edificação para sempre conhecida como Tulha dos Cabrais. Directamente assente sobre um afloramento de granítico é uma sólida e sóbria construção de data desconhecida, que terá sofrido no entanto algumas remodelações, a mais evidente das quais ocorreu com a abertura da estrada fronteira à entrada que obrigou à construção das rampas de acesso.
Do outro lado da Rua, a visita do
O Museu das Descobertas/Centro de Interpretação À Descoberta do Novo Mundo (DNM) surge da vontade da Câmara Municipal de Belmonte em dar a conhecer um dos maiores feitos de sempre da História das Descobertas Portuguesas – o Achamento do Brasil.
Os visitantes
Este espaço propõem-se dar a conhecer, estudar e divulgar o feito de Pedro Alvares Cabral e a explorar a História da maior nação de expressão portuguesa, que ao longo de 5 séculos construiu-se através de uma extraordinária convivência de culturas.
 

Visitar o DNM é como fazer uma viagem com mais de 500 anos. É um aproximar à história dos descobrimentos e do Brasil. Por isso esta epopeia foi produzida com o recurso às mais modernas tecnologias e técnicas museográficas de forma a ser entendida e compreendida por todos os públicos, inquietando-os, estimulando-os e dando-lhes a possibilidade de participarem, conhecerem e interpretarem a nossa história.

O DNM é um espaço de sensações e emoções que nos fazem compreender, respeitar, sonhar e viajar. É uma viagem pelo Tempo como nunca o pudemos fazer. 
 
Ainda passamos na Sinagoga, só que esquecia que ao Sábado apenas é permitida a entrada aos ‘’crentes’’ pelo que ainda não foi desta que entrei.
A Sinagoga
Percorremos as estreitas ruelas do centro histórico, entrando no Castelo.



O Castelo de Belmonte
O estilo ''Manuelino'' presente em Belmonte
Panorâmica captada do Castelo
A visita à Igreja de Santiago e Panteão dos Cabrais.
A Igreja de Santiago foi igreja paroquial até 1940 e esteve sempre associada aos Cabrais. Esse facto justifica que o Panteão dos Cabrais lhe esteja adossado à esquerda.
Esta igreja é um belíssimo exemplar de arquitectura românica-gótica com frontaria barroca (alteração no tempo de D. Francisco Cabral, documentada por inscrição), remate em cornija decorada com esferas e cachorrada medieval ornada com motivos vários apresentado indícios de aproveitamento de materiais pertencentes a uma igreja e cemitério visigóticos pela existência de cabeceiras de sepulturas.
A igreja de S. Tiago terá sido construída por ordem de D. Maria Gil Cabral, esposa de Gil Álvares Cabral no século XIII, depois de a ter recebido em testamento de D. Gil Cabral, Bispo da Guarda com a condição de ali instituir uma capela dedicada a Nossa Senhora da Piedade e construir um morgadio vinculado à mesma. Este morgadio foi criado em 1397 a favor de Luís Álvares Cabral, sobrinho da fundadora, já que não deixou descendência. Foi desta forma que se criaram as bases do poder temporal dos Cabrais em Belmonte.
No interior da Igreja situa-se a Capela de Nossa Senhora da Piedade onde se encontra a famosa Pietá monolítica que é ladeada pelo túmulo armoriado de D. Maria Gil Cabral. 
A Pietá
Esta capela gótica possui arcos quebrados e abóbada de cruzaria de ogivas, colunas com capitéis decorados com motivos zoomórficos, florais e antropomórficos, dos quais se destacam os que pertencem às colunas encostadas ao arco toral e ao fundo da arca tumular. Estes capitéis historiados relatam feitos ocorridos no Norte de África e que se atribuem a Fernão Álvares Cabral.
Esta igreja outrora envolvida nas lutas entre os Bispos da Guarda e Coimbra, apresenta planta longitudinal composta, de nave única e capela-mor rectangular tendo no interior junta à referida capela gótica, uma arco gótico de intradorso ornamentado de pequenos lóbulos, sobrepujado pelo Brasão dos Cabrais entre duas prensas de azeite, representadas em alto relevo.



As várias pinturas murais que aqui se vislumbram forma postas a descoberto aquando das obras de restauro da Igreja (1963), altura em que se procedeu à remoção dos retábulos entalhados da capela-mor e da colateral direita. As datas de execução destas pinturas estende-se por cerca de 150 anos desde o séculos XV-XVI ao séculos XVII e correspondem a cinco campanhas distintas de pintura.

No fresco manuelino da parede fundeira, na capela-mor, encontram-se representadas três figuras: Virgem com o Menino, Santiago e S. Pedro que forma uma espécie de tríptico. As decorações de temática vegetalista inspiradas na olaria tradicional que ladeiam a representação central são do Século XVII, mais precisamente, da altura do acoplamento do retábulo-mor primitivo (1630).


Junto ao arco que dá acesso à capela-mor, do lado esquerdo, encontram-se outras representações pictóricas. Tratam-se igualmente frescos onde existem campanhas sobrepostas e se pode observar: (i) a Santa Mártir, um dos atributos de Santa Luzia; (ii) S. Domingos e, na parede lateral direita, S. João Batista. A Santa Mártir que apenas ostenta a palma do martírio, sendo essa razão difícil de identificar, é considerada a melhor representação existente nesta Igreja uma vez que a sua execução revela um bom domínio técnico e artístico para a época.

Em termos cronológicos a representação desta Santa Mártir poderá ter sido executada em finais de 400 d.C. sendo contemporânea da Santa Luzia, uma vez que ambas faziam parte da mesma representação. O S. Domingos é posterior a estas e S. João Baptista foi elaborado depois da representação principal da capela-mor.
O púlpito 



O Púlpito renascentista. situado junto à porta que dá acesso ao Panteão dos Cabrais é composto por quatro peças: (i) pia de água benta; (ii) tribuna; (iii) dossel; (iv) e o nicho encimado por dossel de menores dimensões. A tribuna é decorada com motivos florais ostentando na zona central a prensa e uma vieira - símbolos associados, respectivamente, aos Cabrais e a S. Tiago. A prensa surge igualmente representada na pia de água benta.

Panteão dos Cabrais
É no Panteão dos Cabrais que se encontram os túmulos de vários elementos desta ilustre família. No interior, junto à porta que liga o Panteão à Igreja de S. Tiago, observa-se à direita, o túmulo de Fernão Cabral I e Isabel de Gouveia, pais de Pedro Álvares Cabral. Na parede oposta, encontram-se os restos mortais de João Gouveia (alcaide-mor de Castelo Rodrigo), de sua mulher Leonor Gonçalves e do seu filho Vasco Fernandes Gouveia (pais e irmão de Isabel de Gouveia). Estes dois túmulos góticos de morfologia semelhante fizeram parte de uma primeira capela mausoléu manda construir por Fernão Cabral I e sua mulher, Isabel Gouveia.
Num plano superior, cujo desvão foi aproveitado para fazer o Carneiro e onde se lê: "PORTA DESTE CARNEIRO 1630" ressalta a reforma renascentista, feita no tempo de Francisco Cabral, onde se encontram duas arcas tumulares de estilo renascença. Do lado esquerdo, a inscrição revela quem ali jaz: Fernão Cabral III (6º Alcaide-mor de Belmonte), Nuno Fernandes Cabral (fidalgo da Casa Real e 7º Alcaide-mor de Belmonte). A identificação dos restos mortais que a arca tumular da direita encerra não está comprovada mas são apontados dois nomes: Fernão Cabral IV (o Gigante das Beiras) e seu irmão Francisco Cabral. Ao centro , a arca tumular de granito contém cinzas retiradas do túmulo de Pedro Álvares Cabral localizado na Igreja da Graça em Santarém.

O túmulo de Àlvares Cabral

No exterior, o frontispício do Panteão apresenta portal seiscentista de lintel recto moldurado, rematado por frontão curvo que integra a inscrição onde são identificados os nomes de quem mandou construir e reformou esta capela. A torre sineira isolada é de construção ou reconstrução oitocentista.



Igreja de Santiago
A Biblioteca de Belmonte
Museu Judaico / Jewish Museam
O Museu pretende ser um singular espaço pedagógico-didáctico sobre o Judaísmo e a cultura do povo judeu, cumprindo uma missão educativa. Fundamentalmente, ilustra a história dos judeus portugueses e as suas vicissitudes históricas; a sua integração na sociedade portuguesa e o seu contributo na cultura, arte, literatura, comércio e ofícios; e ainda a cultura e religião dos judeus, os seus rituais e costumes, na sinagoga e em casa. A história dos cristãos-novos, e a sua persistência religiosa judaica através dos séculos, será desenvolvida, integrada num espaço reservado à vida quotidiana. 

A paragem para almoço na hora H, pois começaram a cair umas tímidas bátegas de água… coisa de pouca expressão o que é mau pois é urgente que a chuva volte o que já não acontece há quatro meses. 
Regresso para almoço - uma chuva milagrosa cai, mas não deu para nada... foi chuva de pouca dura...
Após o almoço, a visita ao:
O principal objectivo deste equipamento, é dar a conhecer ao visitante as técnicas da produção do Azeite e a importância que este teve na economia local.
O Museu desenvolve-se em três pisos, contando no exterior com uma área de lazer, com a preservação de um olival e onde se localizarão a maioria dos suportes informativos, com os seguintes temas: "A Oliveira e a Civilização", "A Oliveira em Portugal", "Olivais da Cova da Beira", "A importância Ecológica do Olival", "Ciclo anual da cultura da oliveira e produção de azeite" e "Introdução à tecnologia do Lagar de Belmonte".

Este espaço é multifuncional, pois no seu interior pode funcionar um restaurante panorâmico, que se pretende grande qualidade e uma cafetaria, para além de serem abordados temas ligados à "Explicação do Processo Produtivo Local", "Tipos de Azeite" e "O Futuro do Azeite - Experiências de Valorização.

O Museu do Azeite, a 20 mts do Parque que achei mais adequado para as visitas.
Depois de ter conhecido melhor Belmonte, havia que rumar pelo interior norte, desta vez até à magnífica cidade da Guarda.
Ainda deu para após estacionar num local central onde já tenho pernoitado, subir a escadaria até ao Centro Comercial, para aí investir em duas camisas ''Gant'' por preço de ''Outlet''...
Centro Comercial na Guarda
Após a visita à GUARDA, a saída para Almeida obrigou-nos contra-vontade a recorrer à Auto-Estrada já que o GPS, com a neblina então surgida, deixou de nos guiar... ainda tentamos, mas por coincidência ou não, as placas indicativas não as vimos...
Feita a visita à Catedral do Consumo na Guarda, decidido rumar a Almeida onde me diziam que existia (e existe) AS para AC.
Cheguei e não tendo visto qualquer indicação, estacionei no Parque junto à entrada da muralha.
A visita ao miolo da terra antes da noite chegar.
Com a ''caça passes'', consegui net para meu regalo dado que não havia locais para passeatas noturnas.
Percorridos: 513 Km ( Dia:  89 Km) 

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