De Autocaravana, tenho vindo a viajar ''cá dentro'' e pela Europa... para lá do Círculo Polar Àrtico - até ao Cabo Norte, onde vivenciei o ''Sol da Meia-Noite''.
Viajei em Autocaravana pelo Norte de Àfrica... (mais de uma vez), muito para lá do Trópico de Cancer... até à Guiné-Bissau.
Fui também por estrada à Àsia - Turquia e Capadócia, sendo que no regresso fiz a Croácia e dei um saltinho a Mostar e Saraevo na Bósnia-Herzegovina.
Sem pretensiosismo literário ou outros, apenas pela PARTILHA, dessas e outras viagens vou dando conta neste espaço.

Países visitados em Autocaravana: - EUROPA: ESPANHA – ANDORRA -FRANÇA-ITÁLIA-MÓNACO- REINO UNIDO - IRLANDA -HUNGRIA-REP.CHECA-SUÉCIA-ESLOVÉNIA - ESLOVÁQUIA- POLÓNIA-AUSTRIA-SUIÇA-ALEMANHA-BÉLGICA-HOLANDA-DINAMARCA-NORUEGA-FINLÂNDIA-ESTÓNIA-LETÓNIA-LITUÂNIA-BULGARIA - BÓSNIA HERZGOVINA- ROMÉNIA -GRÉCIA – CROÁCIA – LIENCHSTEIN – LUXEMBURGO – S.MARINO - VATICANO ÀSIA : -TURQUIA-CAPADÓCIA ÀFRICA: GUINÉ-BISSAU – CASAMANÇA – GÂMBIA – SENEGAL – MAURITÂNIA – SAHARA - MARROCOS

Outras viagens:RÚSSIA (Moscovo e S. Petesburgo) -AMÉRICA do NORTE:CANADÁ (Quebec-Ontário-Montreal-Otawa-Niagara falls) - EUA(Boston-Nova Iorque-Cap Kenedy-Orlando - Miami)AMÉRICA CENTRAL:CUBA (Havana - S. Tiago de Cuba - Trinidad - Cienfuegos - Varadero)- ÀSIA :CHINA (Macau-Hong Kong) - VIETNAM(Hanói-Danang-Ho Chi Min) - África - -Angola - São Tomé e Príncipe (S. Tomé +Ilha Príncipe + Ilhéu das Rolas) - Ilhas - Madeira + Porto Santo + Açores (S.Miguel+Terceira+Pico)

sexta-feira, maio 08, 2015

Sol que brilha e aquece II

''Arte Urbana - Bragança''
Dia 3 de viagem - 8mai15 - 6ª. feira
VILA POUCA DE AGUIAR - VALPAÇOS - Carrazeda de Montenegro - Torre de Dona Chama - BRAGANÇA
Após uma noite com chuva persistente mas pouco abundante, acordei tarde com as brancas nuvens intercalando o azul do céu.  
Pequena passagem pelas ruas da agradável vila, capital do concelho.
'' ... serras sobrepostas a serras.
Montanhas paralelas a montanhas.
Nos intervalos, apertados entre-os-rios de água cristalina,
cantantes, a matar a sede de tanta angústia.
E de quando em quando,
oásis da inquietação que fez tais rusgas geológicas,
um vale imenso, dum húmus puro,
onde a vista descansa da agressão das penedias.
Mas novamente o granito protesta.
Novamente nos acorda para a força medular de tudo.
E são outra vez serras, até perder de vista...''
Miguel Torga
Não vislumbrando nenhuma indicação de edifício do 'Turismo', entrei no da Câmara Municipal. 
O 'segurança' à entrada questionado sobre informação turística, ligou para um dos muitos gabinetes envidraçados no piso superior e mandou-me subir pois quem 'tratava' dessa matéria, seria uma 'doutora'...
Explicou-me que não dispunham de instalações específicas para atender os turistas que demandam a terra mas, forneceu-me informação vária de locais a visitar, tais como o Castelo de Aguiar ( castelo roqueiro, apoiado numa gigantesca fraga granítica, cujas origens remontam aos séc. IX/X ), o complexo mineiro romano de Tresminas, a Barragem da Falperra-Alvão e a Vila Termal de Pedras Salgadas.
Depois de lhe dizer que viajava de autocaravana, fui incentivado a deslocar-me à próxima aldeia de nome AFONSIM, onde se encontra em avançada construção, um complexo turístico onde surgirá um espaço para campismo e autocaravanismo que abrirá no próximo mês de junho.
Antiga estação recuperada mas pouco utilizada
Como a localidade fica a 15km para norte, ficará para nova viagem a visita.
Após o almoço seguirei para Valpaços.
Questionei um taxista sobre a hipótese de fazer a viagem para Bragança com paragens em Valpaços e Torre de Dona Chama, mas... a resposta veio de pronto: ''Ó amigo, não se meta nisso... vai gastar o dobro do tempo na viagem e não há necessidade pois aqui a 30 kms tem a auto estrada grátis (A4)...''
Teimosamente, seguirei pela sinuosa estrada até Valpaços e depois... Torre de Dona Chama onde já não passo há umas boas dezenas de anos.
Após Carrazeda, pela EN 206 em direcção a Argeriz, que tem uma bela Igreja Matriz do Século XVII.


logo à saída de Vila Pouca de Aguiar em direção a Valpaços


Surge no caminho uma freguesia onde sobressai uma majestosa igreja.
Carrazedo de Montenegro onde fizemos breve paragem mau grado, o monumento se encontrar encerrado.
Igreja Matriz de
Carrazedo de Montenegro
Carrazedo de Montenegro é conhecida pelas boas nozes e boas castanhas e notável pelourinho.
  


A sua Igreja Matriz de traça barroca e flanqueada por duas torres sineiras é das mais imponentes de toda a região transmontana, tendo sido construída no século XVIII.
José Saramago, Nobel português da Literatura referia-se assim a Carrazedo em 1990 na sua "Viagem a Portugal" 
«O viajante tomou-se de amores por um nome, pelo nome de uma povoação que está no caminho de  Murça, e que é Carrazedo de Montenegro. (...)»  



O Pelourinho de Carrazêdo
Chegados a Valpaços uma bonita cidade, que se insere na zona ecológica do Alto Tâmega, embelezada pela Serra da Padrela e pelos próximos vales férteis dos rios Torto e Rabaçal.
o agradável e aprazível centro de Valpaços
A Câmara de Valpaços
Foi em tempos um importante centro rodoviário por onde passava uma das vias militares romanas que ligava Braga a Astorga (Espanha).
Os solares e casas senhoriais são uma das graciosidades de Valpaços, que possui belos exemplares arquitectónicos que espelham a importância deste concelho noutros tempos como o Solar dos Pinto Leite, ou a casa do Arco, ou ainda o Solar dos Calainhos, em estilo barroco.
Valpaços - Mercado
Vale ainda a pena visitar a Igreja Matriz, a bonita ponte e o conjunto de alminhas que se encontram nos mais variados locais e demonstram o fervor religioso da região.
Numa região marcadamente agrícola, destaca-se ainda a gastronomia e produtos de qualidade, como os enchidos, frutas como as cerejas, o vinho e célebre folar. 
A Feira do Folar, a Feira da Castanha e a Feira do Fumeiro são as três principais feiras de Valpaços.
Locais a visitar em Valpaços
Na localidade destaca-se a igreja matriz, datada de 1873, e a Casa do Arco, enquanto nas proximidades fica o santuário de Nossa Senhora da Saúde e a Pedra Furada, imponente monte rochoso que se transformou numa curiosidade local.
Valpaços é vila plana e calma encruzilhada de caminhos de todos os Tempos e Eras. Quando se chega respira-se uma vida sem pressas. A Igreja Matriz é um templo de boa cantaria, altivo nas proporções e foi construído em 1746. De entre diversos edifícios antigos merece atenção a Casa dos Pinto Leite, edifício solarengo e tradicional, servido de torreão barroco e pedra armoreada do século XVIII.
 
Do património artístico do concelho de Valpaços não deixe de conhecer a Igreja Matriz de Santa Valha do século XVII, com tábuas setecentistas alfaias religiosas de grande valor, as pontes medievais de Vale de Casas e Saltelhas e a ponte romana de Arquinho sobre o rio Rabaçal.
A pesca à truta e a caça
Tanto o rio Rabaçal como o rio Torto são admiráveis viveiros de trutas. Aliás, todo o vale do rio Rabaçal é um verdadeiro fascínio e ninguém melhor que um pescador de trutas para conhecer as suas belezas. Entre as urzes caça-se a lebre. Nos campos de centeio a perdiz e a codorniz. E por todo o coelho.
Saída em direção a Bragança, pela opção mais sinuosa, pequena paragem para observar pequena localidade onde será fácil estacionar e pernoitar numa paisagem interessante - chama-se ARGERIZ.
Argeriz


Espaço e boas vistas - bom para pernoitas - sossego paisagem deslumbrante
De novo estrada fora, bom piso, muitas curvas e sobe e desce.
Chegada à etape já visitada mais de uma vez em tempos que já lá vão: Torre de Dana Chama.
Pelourinho de Dona Chama
Torre Dona Chama
Lenda de Torre D. Chama
Chamona se chamava a senhora, dona da Torre Moura, de rosto formosíssimo e pés de cabra. Por causa do seu defeito — os pés de cabra — nunca saía dos seus aposentos e pelas friestas só mostrava o seu rosto, de peregrina beleza e uma das mãos, onde brilhava um anel, símbolo do seu poderio. Sensual e lúbrica, chamava a audiências vários homens, nenhum saindo, com vida, fora das muralhas. 

    Um dia, um cortesão, chamado a audiência, consegue embalar e entreter a senhora, de tal forma que ela adormece. O cortesão, vendo a senhora a dormir tão profundamente e aterrorizado pelos pés de cabra que via, rouba-lhe o anel e desce a Torre Moura. Não o querem deixar passar os homens de armas, mas ele mostra-lhes o anel da senhora e, perante esse símbolo, todos obedecem. O homem sai. Quando descia a encosta do monte, a dona da Torre começa a chamá-lo, mas ele finge, seguindo sempre, que não ouve. Porém, em baixo, os homens de armas gritam-lhe: «a dona chama!» Responde ele: «Chama, Chamona Pernas de Cabra, Cara de Dona» e assim se formou a Dona Chama... 

    O que é certo, porém, é que Torre de D. Chama foi uma terra fortificada, da qual foram senhores a família Vaz Guedes, senhores também de Murça e Águas Revez. 

    Essas fortificações atribuídas aos mouros, pela tradição, foram tomadas a estes pelos cristãos, em duro e fero combate, sendo esta tradição corrente, ainda hoje e simbolizada por actos guerreiros entre dois grupos: um de cristãos e outros de mouros, no dia 26 de Dezembro de cada ano.

Torre de Dona Chama é uma vila e uma freguesia portuguesa do concelho de Mirandela, com  1105 habitantes (2011). 
Torre de Dona Chama foi vila e sede de concelho entre 1287 e 1855. 
Voltou a obter a categoria de vila em 1989, em Lei aprovada na Assembleia da República a 30 de Junho.
Património
Ponte de pedra sobre o Tuela (MN);Ponte de pedra sobre o rio Tuela (MN), classificada como Monumento Nacional. Também denominada Ponte Românica sobre o rio Tuela ou Ponte de Torre de Dona Chama.
Torre de Dona Chama (torre) ou Castro de São Brás classificados como IPP (Imóvel de Interesse Público)
Igreja de Guide (IPP), ou Igreja de São Mamede
Pelourinho de Torre de Dona Chama (IPP)
Capela e Cruzeiro do Senhor dos Aflitos
Escola Primária de Torre de Dona Chama
Igreja Paroquial de Torre de Dona Chama ou Igreja de Santa Maria ou Igreja de Nossa Senhora da Encarnação
Ponte de Vilares
Actividade Económica
A freguesia de Torre de Dona Chama tem vastos recursos e os seus habitantes não se dedicam só à agricultura, embora esta seja a actividade preponderante, a pecuária, o comércio, o ensino e outros serviços têm prosperado na localidade.
Produz abundantemente azeite, vinho, frutas diversas e cereais.
A mecanização já vai sendo uma realidade, a par de muito tradicionalismo, onde não faltam os muares e as carroças, os arados, charruas, enxadas e por aí fora. Na pecuária há explorações de gado bovino, ovino, caprino e suíno. Industrialmente também já tem algum peso. Fábricas de moagem de farinhas, de pastelaria fina, padarias com fornos de cozer o pão, extracção de azeite, blocos e vigas de cimento, pré-esforçados, areias, gravilha e brita, cerâmica, transformação e tratamento de mármores e granitos. Como também a adega, oficinas de alumínios, ferragens, serrações, carpintarias mecânicas e unidades agro pecuárias. Tem estações de serviços e reparação de automóveis, farmácia, barbearias, relojoarias, alfaiatarias, cafés, restaurantes, bares, armazéns e retalhistas diversos, supermercados, talhos, peixaria, fazendaria, mercearias e miudezas, pronto a vestir, perfumaria, sapatarias com conserto rápido, electrodomésticos, móveis, construção civil, alcatifas e artigos de decoração.
Produtos regionais protegidos
Pertencendo ao concelho de Mirandela, Torre de Dona Chama faz parte da área geográfica de alguns produtos com Denominação de Origem Protegida (DOP) ou Indicação Geográfica Protegida (IGP) como:
Queijo de cabra transmontano (DOP)
Queijo Terrincho (DOP)
Carne de porco Bísaro Transmontano (DOP)7 8
Butelo de Vinhais (IGP)
Alheira de Vinhais (IGP)7
Alheira de Mirandela (IG)8


E por fim, a chegada a Bragança.
Uma área de serviço para autocaravanas bastante visitada e a 1,2 km do centro citadino






Ainda cheguei a tempo de confraternizar com Amigos de longa data.
O Próspero de Oliveira do Bairro, O Cordeiro de Santulhão (Bragança), o Alceu (a viver em Lisboa), o Galrito ( de Almada), o Agnelo da ilha Terceira (Açores) e o Féliz (Lisboa). Valeu!
Percorridos: 240 Km ( Dia 128 Km )
Dia 4 de viagem - 9mai15 - sábado
 BRAGANÇA

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