De Autocaravana, tenho vindo a viajar ''cá dentro'' e pela Europa... para lá do Círculo Polar Àrtico - até ao Cabo Norte, onde vivenciei o ''Sol da Meia-Noite''.
Viajei em Autocaravana pelo Norte de Àfrica... (mais de uma vez), muito para lá do Trópico de Cancer... até à Guiné-Bissau.
Fui também por estrada à Àsia - Turquia e Capadócia, sendo que no regresso fiz a Croácia e dei um saltinho a Mostar e Saraevo na Bósnia-Herzegovina.
Sem pretensiosismo literário ou outros, apenas pela PARTILHA, dessas e outras viagens vou dando conta neste espaço.

Países visitados em Autocaravana: - EUROPA: ESPANHA – ANDORRA -FRANÇA-ITÁLIA-MÓNACO- REINO UNIDO - IRLANDA -HUNGRIA-REP.CHECA-SUÉCIA-ESLOVÉNIA - ESLOVÁQUIA- POLÓNIA-AUSTRIA-SUIÇA-ALEMANHA-BÉLGICA-HOLANDA-DINAMARCA-NORUEGA-FINLÂNDIA-ESTÓNIA-LETÓNIA-LITUÂNIA-BULGARIA - BÓSNIA HERZGOVINA- ROMÉNIA -GRÉCIA – CROÁCIA – LIENCHSTEIN – LUXEMBURGO – S.MARINO - VATICANO ÀSIA : -TURQUIA-CAPADÓCIA ÀFRICA: GUINÉ-BISSAU – CASAMANÇA – GÂMBIA – SENEGAL – MAURITÂNIA – SAHARA - MARROCOS

Outras viagens:RÚSSIA (Moscovo e S. Petesburgo) -AMÉRICA do NORTE:CANADÁ (Quebec-Ontário-Montreal-Otawa-Niagara falls) - EUA(Boston-Nova Iorque-Cap Kenedy-Orlando - Miami)AMÉRICA CENTRAL:CUBA (Havana - S. Tiago de Cuba - Trinidad - Cienfuegos - Varadero)- ÀSIA :CHINA (Macau-Hong Kong) - VIETNAM(Hanói-Danang-Ho Chi Min) - África - -Angola - São Tomé e Príncipe (S. Tomé +Ilha Príncipe + Ilhéu das Rolas) - Ilhas - Madeira + Porto Santo + Açores (S.Miguel+Terceira+Pico)

quarta-feira, fevereiro 26, 2014

Dias 10 a 14 de viagem - 21 a 25fev2014 - de Kénitra a Safi

Dia 10 - 21fev2014 - 6ª. feira
KÉNITRA
Havíamos pensado sair hoje de Kénitra.
Acontece que pela manhã um 'artista' rondou as autocaravanas e vendo que o 'pára-choques' da AC do Artur tinha 3 'pequenos rombos', feitos em Portugal... propôs-se reparar o mesmo e proceder à sua pintura.
Negociado o preço pedido de 800 Dirham... haveria de ganhar a obra por 450 (€ 45,00).
Como não estamos apressados... ficaremos mais um dia aproveitando para nova incursão na medina próxima.
a 'fonte' de alimentação elétrica que não chega para alimentar os frigoríficos...
o 'logista' estava a almoçar... não perguntei por isso para que servem os diferentes tipos de arranjos...
sempre siderado pelas azeitonas... e os seus coloridos e odores
reparação com bocados de plástico e fibra à mistura... e a pintura a terminar
viram que fazia algumas fotos... então e para nós nada??? Tire à vontade...
já conhecida de outras viagens... a 'escada' para ver o que se passa no campo de futebol...
Dia 11 - 22fev2014 - sábado
KÉNITRA - MOHAMÉDIA
De novo na estrada a caminho da próxima etape.
Como é habitual, ao lado da estrada o 'chamariz' para a venda de produtos dos campos...
O chá na praia
Chegados à 'PlageTilal, Pont-Blondin a uns 5 km de Mohammedia, entramos num pequeno Camping familiar. 
Instalados, caminhamos até à praia mais próxima e na esplanada do bar de praia pedimos um chá de hortelã.
um misto de rochedos e areal
praia enorme que no verão estará repleta
um dia primaveril de sol
o 'chá da tarde' na praia de Tilal...
Percorridos: 1.616 Km ( Dia 122 Km )
Pernoita: Camping SAID (Plage Tilal) - Gps: N 33º 43' 32.5'' - W 007º 20' 12,5''
Dia 12 - 23fev2014 - domingo
MOHAMEDIA - CASABLANCA - EL-JADIDA (Mazagão)
antes da saída, o colher da roupa lavada na véspera
o preçário do Camping
na periferia de Casablanca existem mais parabólicas que telhas nos telhados...
Mesmo sendo fim de semana, a passagem na via 'rápida' periférica de Casablanca não foi fácil. Como sempre um trânsito anárquico e estúpido nos cruzamentos ou rotundas...
a travessia de uma feira
quando seguimos uma viatura destas... há que ter paciência... e aguardar calmamente...
ao ultrapassar alguns camiões... todos os cuidados são poucos... a carga mais parece a torre de Pisa...
Finalmente instalados no Camping de mais uma das cidades com história Portuguesa, haveríamos de a revisitar.
mais uma manifestação... 'sindical'...
A cidade portuguesa de Mazagão, actual El Jadida, localiza-se em Marrocos, na costa ocidental africana, a sul de Casablanca.
Foi fundada pelos portugueses nos inícios do século XVI como entreposto comercial e militar na rota marítima para a Índia. A cidade manteve-se na posse da coroa até 1769, data em que foi conquistada em definitivo pelos marroquinos.
Após a retirada portuguesa, a cidade esteve cinquenta anos abandonada o que lhe valeu a designação de al-Mahdouma (a arruinada). Já no século XIX , o sultão Moulay Abderrahmane reabilitou a cidade que passou a chamar-se El Jadida (a Nova).
Mazagão, inserida no perímetro urbano de El Jadida, apresenta ainda hoje diversos testemunhos da presença portuguesa: o primitivo castelo, a fortaleza, a cisterna e as igrejas de Nossa Senhora da Assunção, da Piedade e de Nossa Senhora da Luz.
Em 2004 a cidade de Mazagão foi classificada pela Unesco como Património Mundial, constituindo um importante exemplo do intercâmbio das culturas europeia e marroquina.
As primeiras obras portuguesas em Mazagão foram realizadas por ordem do rei D. Manuel, que aí mandou erguer um castelo em 1514, traçado pelos irmãos Diogo e Francisco de Arruda.
Considerando-se pouco eficaz o sistema defensivo manuelino, D. João III encomendou ao engenheiro italiano Benedetto de Ravena o projecto de construção de uma cidade fortificada. A construção da obra ficou a cargo de João de Castilho e João Ribeiro. Esta fortaleza, fundada em 1541, constitui o primeiro exemplo de arquitectura militar europeia erguida fora da Europa, tendo influenciado as praças portuguesas posteriormente construídas no Norte de África.




A fortaleza de Mazagão apresenta a forma de um quadrilátero irregular, rematado por quatro frentes abaluartadas. Duas das faces estão viradas à costa e duas ao eixo terrestre, facto que traduz o carácter iminentemente militar e defensivo da construção.
Atestando a sua robustez, o fosso da fortaleza permitia a entrada de embarcações através do sistema de comportas.
No interior da praça localizavam-se vários equipamentos de assistência como o hospital, a vedoria, os celeiros, o palácio do governador, os armazéns, a cisterna, o chafariz, igrejas e ermidas.
A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção, antiga padroeira da vila, guarda ainda hoje lápides funerárias portuguesas. São também visíveis alguns vestígios do antigo Palácio dos Governadores no edifício da actual mesquita.
A cisterna, localizada no pátio interior da primitiva fortaleza manuelina, foi construída por João de Castilho, tendo sido concluída em 1547 por Lourenço Franco. Não visitamos por já a conhecermos. Visita obrigatória.



 Percorridos: 1.744 Km ( Dia 128 Km )
Dia 13 - 24fev2014 - 2ª. feira
El Jadida - Qualidia
No Camping, alguns dos nossos vizinhos...



ao sair... como choveu durante a noite... a lama ainda nos fez suar na saída...
De novo a 'rolar' em direção a sul.
Inúmeros campos dos dois lados da estrada.
Este percurso, embora em estrada 'secundária' vale a pena pois os campos descem até ao mar e dão uma panorâmica única.


muitas canas para proteger dos ventos e das areias.
Seria nossa intenção parar para almoçar em Qualidia, mas... do alto, avistamos dois enormes largos com autocaravanistas.
Descemos e resolvemos ficar.


a CONVENCER um Francês a deixar de fumar!!!


todos a 'rabiar'... 'camarão da costa' mais grandinhos...












Percorridos: 1.834 Km ( Dia 90 Km )
_P_ - Gps N 32º 43' 56.7'' - W 009º 02' 37.1''
Dia 14 - 25.fev.2014 - 3ª. feira
QUALIDIA - SAFI
A estrada é ainda mais bela que a ontem percorrida.
Os campos descem desde a estrada - a 100mts acima do mar - até à água...
Uma das paisagens mais agradáveis de Marrocos.
imperdível passar nesta estrada
Chegados a SAFI, rumamos ao magnífico Camping que dista uns 3 km da cidade.
muitas situações destas... incrível...
Safim ou Safi (em árabe: آسفي; transl.: Asfi) é uma cidade costeira do oeste de Marrocos, capital da província homónima e da região Doukkala-Abda. Em 2004 tinha 284 750 habitantes e estimava-se que em 2012 tivesse 311 201 habitantes.
Está situada na costa atlântica, na foz do oued Châaba e na orla do planalto de Abda, 135 km a sudoeste de El Jadida, 245 km a sudoeste de Casablanca, 125 km a nordeste de Essaouira, 300 km a norte de Agadir e 150 km a noroeste de Marraquexe.
Foi uma possessão portuguesa entre 1508 e 1541, referida como praça-forte de Safim. Atualmente é uma cidade industrial e portuária, por onde são escoados para exportação os fosfatos e onde se concentra a maior parte da indústria marroquina de fertilizantes ligada aos fosfatos, produto do qual Marrocos é o principal exportador mundial. É também conhecida por ser o principal porto de pesca de sardinha de Marrocos e pela sua indústria química e pela cerâmica, tanto artesanal como industrial. Apesar da sua vocação industrial, a produção agrícola tem também grande relevância económica, empregando metade da população da região.
Possessão Portuguesa
Constituía-se na capital fortificada de um pequeno reino muçulmano, que reconhecia a soberania de Portugal desde 1488, época das conquistas portuguesas de Arzila e Tânger. Naquele ano, o alcaide da cidade reconhecia o "rei de Portugal como seu senhor, por si e por seus concidadãos, presentes e futuros", e comprometia-se a pagar um tributo de 300 meticais de ouro ou o seu valor em mercadorias. Como símbolo dessa suserania recebia "a bandeira real e um atabaque" que o rei de Portugal lhe entregava; em contrapartida, tanto o alcaide como os moradores da cidade podiam circular sem restrições em todos os "domínios portugueses daquém e além-mar", podendo neles negociar em pé de igualdade com "os outros seus naturais ou vassalos".
A cidade foi conquistada sem dificuldade por Diogo de Azambuja em 1508, vindo a ser abandonada em 1542, após a queda da Fortaleza de Santa Cruz do Cabo de Gué no ano anterior (1541).
O seu complexo defensivo contava com cerca de três quilómetros de muralhas envolvendo a cidade, dominada por uma fortificação construída pelos portugueses: o chamado Castelejo ("Kechla"). Via de penetração para Marraquexe, a cidade e sede episcopal de Safim recebeu uma forte cerca amuralhada com risco dos irmãos Diogo de Arruda e Francisco de Arruda (1512) com destaque para um imponente baluarte circular que ladeava a porta do chamado "Castelo de Terra", cujas obras só seriam concluídas em 1540, dois anos antes do abandono da praça. Posteriormente a 1512, foi erguido ainda o chamado "Castelo do Mar", em estilo manuelino, a título de obra complementar, para defesa do porto.

É considerada como a mais bela das praças-fortes portuguesas no Marrocos. As suas estruturas foram objeto de restauração nas últimas décadas, encontrando-se em excelente estado de conservação. No "Castelo do Mar" encontram-se actualmente trinta peças de artilharia, algumas das quais portuguesas. Destacam-se ainda os vestígios da antiga catedral, convertida em uma mesquita, actualmente requalificada como museu.

O guarda autorizou a minha visita... por ser Português... mesmo se encerrado ao público.
 Possessão Portuguesa
Constituía-se na capital fortificada de um pequeno reino muçulmano, que reconhecia a soberania de Portugal desde 1488, época das conquistas portuguesas de Arzila e Tânger. Naquele ano, o alcaide da cidade reconhecia o "rei de Portugal como seu senhor, por si e por seus concidadãos, presentes e futuros", e comprometia-se a pagar um tributo de 300 meticais de ouro ou o seu valor em mercadorias. Como símbolo dessa suserania recebia "a bandeira real e um atabaque" que o rei de Portugal lhe entregava; em contrapartida, tanto o alcaide como os moradores da cidade podiam circular sem restrições em todos os "domínios portugueses daquém e além-mar", podendo neles negociar em pé de igualdade com "os outros seus naturais ou vassalos".
A cidade foi conquistada sem dificuldade por Diogo de Azambuja em 1508, vindo a ser abandonada em 1542, após a queda da Fortaleza de Santa Cruz do Cabo de Gué no ano anterior (1541).
O seu complexo defensivo contava com cerca de três quilómetros de muralhas envolvendo a cidade, dominada por uma fortificação construída pelos portugueses: o chamado Castelejo ("Kechla"). Via de penetração para Marraquexe, a cidade e sede episcopal de Safim recebeu uma forte cerca amuralhada com risco dos irmãos Diogo de Arruda e Francisco de Arruda (1512) com destaque para um imponente baluarte circular que ladeava a porta do chamado "Castelo de Terra", cujas obras só seriam concluídas em 1540, dois anos antes do abandono da praça. Posteriormente a 1512, foi erguido ainda o chamado "Castelo do Mar", em estilo manuelino, a título de obra complementar, para defesa do porto.
É considerada como a mais bela das praças-fortes portuguesas no Marrocos. As suas estruturas foram objeto de restauração nas últimas décadas, encontrando-se em excelente estado de conservação. No "Castelo do Mar" encontram-se actualmente trinta peças de artilharia, algumas das quais portuguesas. Destacam-se ainda os vestígios da antiga catedral, convertida em uma mesquita, actualmente requalificada como museu.


O Dar el Bahr ou Qasr el-Bahr ("Castelo do Mar"), uma fortaleza à beira-mar construída pelos portugueses no século XVI em Safim 

o fruto dos cactos...


sim... comi uma... por 1 dirham ( € 0,10)


Tâmaras... tudo... Tâmaras...
€ 1,00 cada...

Revisitada a cidade, o regresso ao Camping de 'petite-taxi'... 4 km... 12 Dir ( € 1,20)... 3 pessoas!!!
Percorridos: 1.900 Km ( Dia 66 Km)
Gps: N 32º 19' 03.3'' W 009º 14' 17.0''



3 comentários:

david estrela disse...

olá antónio!
fiquei em suspense quando vi a AC com jornais, pensei logo que tinhas tido um acidente....ainda bem que afinal foi apenas uma reparação...e ainda por cima bastante barata !
reparei que me ligaste pelo skype , eu não estava ; se precisares de algo basta dizeres !
entretanto continuo na preparação da nossa próxima viagem , está-me a dar mais trabalho do que imaginava...
boas fotos neste último post..
um abraço
david+marilia

Carlos Ribeiro disse...

Ora viva!!!

Mais uma boa lição da nossa história. Obrigado e até sempre.

Carlos Ribeiro

João Morgado disse...

Olá Resende
Deve ser emocionante ir para outras terras e encontrar vestígios portugueses. Fomos tão grandes e agora somos tão pequeninos.
Boas fotos e boa descrição.
Continuação de boa viagem.