De Autocaravana, tenho vindo a viajar ''cá dentro'' e pela Europa... para lá do Círculo Polar Àrtico - até ao Cabo Norte, onde vivenciei o ''Sol da Meia-Noite''.
Viajei em Autocaravana pelo Norte de Àfrica... (mais de uma vez), muito para lá do Trópico de Cancer... até à Guiné-Bissau.
Fui também por estrada à Àsia - Turquia e Capadócia, sendo que no regresso fiz a Croácia e dei um saltinho a Mostar e Saraevo na Bósnia-Herzegovina.
Sem pretensiosismo literário ou outros, apenas pela PARTILHA, dessas e outras viagens vou dando conta neste espaço.

Países visitados em Autocaravana: - EUROPA: ESPANHA – ANDORRA -FRANÇA-ITÁLIA-MÓNACO- REINO UNIDO - IRLANDA -HUNGRIA-REP.CHECA-SUÉCIA-ESLOVÉNIA - ESLOVÁQUIA- POLÓNIA-AUSTRIA-SUIÇA-ALEMANHA-BÉLGICA-HOLANDA-DINAMARCA-NORUEGA-FINLÂNDIA-ESTÓNIA-LETÓNIA-LITUÂNIA-BULGARIA - BÓSNIA HERZGOVINA- ROMÉNIA -GRÉCIA – CROÁCIA – LIENCHSTEIN – LUXEMBURGO – S.MARINO - VATICANO ÀSIA : -TURQUIA-CAPADÓCIA ÀFRICA: GUINÉ-BISSAU – CASAMANÇA – GÂMBIA – SENEGAL – MAURITÂNIA – SAHARA - MARROCOS

Outras viagens:RÚSSIA (Moscovo e S. Petesburgo) -AMÉRICA do NORTE:CANADÁ (Quebec-Ontário-Montreal-Otawa-Niagara falls) - EUA(Boston-Nova Iorque-Cap Kenedy-Orlando - Miami)AMÉRICA CENTRAL:CUBA (Havana - S. Tiago de Cuba - Trinidad - Cienfuegos - Varadero)- ÀSIA :CHINA (Macau-Hong Kong) - VIETNAM(Hanói-Danang-Ho Chi Min) - África - -Angola - São Tomé e Príncipe (S. Tomé +Ilha Príncipe + Ilhéu das Rolas) - Ilhas - Madeira + Porto Santo + Açores (S.Miguel+Terceira+Pico)

terça-feira, novembro 20, 2012

Tradição outonal (IV)

Dia 6 de viagem - 5.NOV.12 - 2ª. feira
MIRANDA DO DOURO - MOGADOURO (IC5) - ALFÂNDEGA DA FÉ -  VILA FLOR (IC5)
Neste périplo transmontano, cruzamo-nos frequentemente pelos belíssimos Carvalhos Americanos  no pico da coloração outonal que espreitavam por entre um mar de verde.
Aqui ou ali, mais um pouco, começa-se a entrar em terra de Castanheiros. São de facto omnipresentes...
O novo IC5 - recém aberto é um magnífico acesso a Miranda do Douro
A paisagem volta a mudar, desta vez pela presença de belos choupais de Choupo Negro.
De notar que percorremos uma nova rede viária (IC5) que bem dispensa uma auto-estrada, obra que foi aberta ao tráfego há cerca de 4 meses e ainda não vem nos mapas, muito menos nos Gps...
M O G A D O U R O
Mogadouro - vista panorâmica do castelo
Mogadouro
Mogadouro
Até as vinhas estão deslumbrantes nestes dias!
Mais umas tantas curvas na estrada e... chega-se à terra das Cerejeiras e outras fruteiras... uma explosão de cores impressionante a perder de vista!
Paisagens deslumbrantes... ainda é belo o nosso tão maltratado país...
MOGADOURO
Foi no passado nês de Maio que arribamos a esta terra. Na altura todas as ruas que vão do centro até ao castelo estavam revoltas em obras de requalificação.
Mogadouro
Desta vez, revisitamos a terra com as obras terminadas.
Mogadouro
Na época romana, Mogadouro já fazia parte da Hispania Citerior a cuja capital Asturica Augusta estava ligada pela via mourisca que atravessava o planalto mirandês de norte a sul, sendo à época um elo na linha de defesa fronteiriça com Castela e Leão conjuntamente com Miranda do Douro.
A região ao longo do ano, está pejada de contrastes acentuados de cores que vão do amarelo intenso das giestas ao branco das amendoeiras; de formas, onde o planalto se destaca por contraste com as arribas do Douro; da pureza do ar e da preservação da natureza, graças ao Parque Natural do Douro Internacional onde a riqueza da sua fauna e flora característica enriquece o meio.
Turismo de Mogadouro

Alfândega da Fé
Alfândega da Fé
À chegada a Alfândega da Fé, vimos ''uma terra triste''... lemos até algum do sentimento destas gentes retratado neste comentário: ''Nordeste Transmontano... desde sempre! Mas temos fé nos burros! Pois claro! Que os burros é que hão-de fazer de nós uma terra desenvolvida...Com pelo menos vinte anos de atraso colocam-nos à porta uma estrada (IC5) que podia ter sido o futuro mas não passará da memória... do tempo em que ainda havia gente para lhe dar utilidade! Vale a pena o investimento?...
Bem mais do que isso fizeram os Homens (e suponho que as Mulheres, embora disso exista pouco registo) do final do século XIX, quando o nosso concelho foi extinto. E foram os "ilustres" da terra que deram a cara para que este mesmo concelho renascesse e entre eles um médico de nome Ricardo de Almeida.
 Hoje somos todos da terra e todos "ilustres", como manda a Democracia. Acontece que ninguém está preocupado em dar a cara para defender o concelho do ataque que já lhe estão a fazer e daqueles que já estão na forja. Não me importa se foi o Governo anterior que pensou, se é o actual que executa, se é a troika ou o raio que os parta. Eu sou Alfandeguense e não vou ficar calado! Custe a quem custe, doa a quem doer!...''
Quem quiser vir para a luta que traga outro amigo também!
F. Lopes, 20 de Outubro de 2011 
E mais não digo pois a visita não deu para mais.
Prosseguimos viagem pelo IC5... onde efetivamente as viaturas seriam menos que os pássaros que a sobrevoavam.
V I L A   F L O R
Mais uma etapa neste agradável dia com chegada à simpática Vila Flor onde igualmente voltamos depois de Maio último.
Vila Flor
Capital do Azeite, no coração da Terra Quente Transmontana, a Sul do Distrito de Bragança, Vila Flor conta com cerca de 8 mil habitantes. 
D. Dinis, Rei Poeta, aquando da sua passagem por este burgo até então denominado por "Póvoa d´Álem Sabor", ficara encantado e rendido à beleza da paisagem e, em 1286, carinhosamente a re-baptizou de "Vila Flor". Cerca de 1295, D. Dinis manda erguer, em seu redor, em jeito de protecção, uma cinta de muralhas com 5 portas ou arcos. 
Resta o Arco de D. Dinis, monumento de interesse público.
Vila Flor - o pelourinho
Rico em história, tradições, monumentos e gentes, o Concelho é também referência pela excelente qualidade dos seus produtos agrícolas que brotam do fértil Vale da Vilariça. 
No património histórico e arquitectónico  destacam-se certos espaços urbanos (ruas, bairros antigos) que têm um grande interesse de conservação para a vila, ou pela existência de uma ou mais construções ou pelo seu conjunto:
Rua do Saco: Onde existem solares e algumas casas manuelinas;
Portela: Bairro muito antigo. Arrabalde da Judiaria de Vila Flor. Aqui podem ser apreciadas casas típicas de xisto e algumas janelas manuelinas;
Rua Nova: Considerada a rua mais importante da Vila Flor medieval, também conhecida por Rua dos mercadores.
Largo do Rossio: Praça do Arrabalde até ao séc. XVIII, época em que nela são construídos vários solares e a Igreja da Misericórdia;
Praça da República: Denominada de Largo de S. Carlos até à implantação da República, esta praça destaca-se a partir do séc. XVIII, com a construção de vários solares e alguns edifícios de estilo colonial.
Visita diúrna e noturna já que o dia termina cedo.
Percorridos: 463 km (dia 121 km)
_P_ (defronte piscina) a 100 mts GNR - N 41º 18'33.1'' W 007º09'01.4'' (local 5*)
Dia 7 de viagem - 6.NOV.12 - 3ª. feira
VILA FLOR  - CARRAZÊDA DE ANSIÃES - FOZ DO TUA - ALIJÓ - FAVAIOS - VILA REAL
Saímos em direção a Mirandela para adquirir azeite na ''cooperativa'' pois seria crime não levar este precioso nectar da terra. 
Retrocedemos para uma etapa que na sua parte inicial foi percorrida pelo IC5 até próximo de Carrazêda de Ansiães onde paramos para revisitar.
Carrazêda de Ansiães
Acedendo à página web do Município, e clicando em ''Monumentos e Lugares históricos'', surge a mensagem: '' O servidor não encontrou a página que procurava.'' pelo que achamos por bem dar uma ''olhada'' ao pequeno centro e rumar a outras terras...
Consta que ainda sobrevivem alguns vestígios de fazedores de artesanato. Escultura em maddeira para Arte Sacra, o fabrico de cestos de castanho, a tanoaria em castanho e alguma pouca tradição ao nível da tecelagem, artes que deviam ser preservadas dando-lhe assim continuidade.
Encerrada
Existem ruínas do castelo que nem fomos visitar, optando por seguir viagem.
O IC5 nas localidades não tem ainda sinalização pelo que ao digitar Alijó, acabamos por descer a sinuosa estrada que nos fez reapreciar nas infindáveis curvas a magnífica paisagem do ''Douro Vinhateiro''.
Tratando-se de estrada com poucos locais para estacionar as duas casas rolantes, não deu para fazer belas fotografias de contrastes idílicos facultados pela conjugação de cores de outono provindas das envelhecidas parras dos vinhedos.
Ficou-nos na retina a beleza rara e no percurso apenas colhemos esta meia dúzia de imagens com mil cuidados para não tombar nas ravinas.
Um percurso de outras épocas que com as novas vias caiu em desuso, apenas sendo procurado por alguns locais e no verão por sequiosos turistas.
Foi descer até ao nível dos Rios Tua e Douro onde equipas várias de trabalhadores e máquinas vão fazendo crescer a tão polémica barragem ''do Tua'', onde na serpenteante linha férrea vi um lindo gato a equilibrar-se ao longo dos ainda existentes carris.

milhares de vinhas ao longo dos socalcos
o Sol não deixou retrarar fielmente a sincronia de cores
paisagens idílicas do Douro Vinhateiro
"O Doiro sublimado. O prodígio de uma paisagem que deixa de o ser à força de se desmedir. Não é um panorama que os olhos contemplam: é um excesso da natureza. Socalcos que são passadas de homens titânicos a subir as encostas, volumes, cores e modulações que nenhum escultor, pintor ou músico podem traduzir, horizontes dilatados para além dos limiares plausíveis da visão. Um universo virginal, como se tivesse acabado de nascer, e já eterno pela harmonia, pela serenidade, pelo silêncio que nem o rio se atreve a quebrar, ora a sumir-se furtivo por detrás dos montes, ora pasmado lá no fundo a reflectir o seu próprio assombro. Um poema geológico. A beleza absoluta."
-Miguel Torga in "Diário XII"
"O Doiro sublimado. O prodígio de uma paisagem que deixa de o ser à força de se desmedir. Não é um panorama que os olhos contemplam: é um excesso da natureza. Socalcos que são passadas de homens titânicos a subir as encostas, volumes, cores e modulações que nenhum escultor, pintor ou músico podem traduzir, horizontes dilatados para além dos limiares plausíveis da visão. Um universo virginal, como se tivesse acabado de nascer, e já eterno pela harmonia, pela serenidade, pelo silêncio que nem o rio se atreve a quebrar, ora a sumir-se furtivo por detrás dos montes, ora pasmado lá no fundo a reflectir o seu próprio assombro. Um poema geológico. A beleza absoluta." 
Miguel Torga in "Diário XII"

o Rio Douro na confluência da Foz do Tua
a estação do Tua


Descida efetuada, havia de voltar a subir... e que subida...
Logo após a passagem da ponte sobre o tua, a placa a sinalizar a subida, não enganou... 15%!!! o coitado do motor suou as estopinhas e pediu-me a 2ª. para o fazer... distância pouca mas de curvas e contra curvas até Alijó.
A L I J Ó
O almoço em Alijó com ''parabólica'' para ver notícias... o Tdt... ''niente''!!!
Chegados à parte central de Alijó, estacionamos para confecionar o almoço.
Quando o fazemos, ligamos a TV para visionar os telejornais... mas... mesmo no centro da urbe, a TDT não deu... houve que recorrer à ''parabólica''... lamentávelmente...´
 A Igreja Matriz de Alijó em homenagem a Santa Maria Maior é datada de finais do século XVIII. Possui no seu interior uma escultura de Santa Maria Maior em pedra de Ançã e alguns cálices do século XVI.
A vila de Alijó pertence ao distrito de Vila Real, sede de concelho essêncialmente agrícola que se estende desde a margem direita do Rio Douro até aos limites do concelho de Murça e ainda entre os rios Tinhela, Tua e Pinhão, cuja população estará próxima das 20.000 almas.
Paços do Concelho de Alijó  - Casa brasonada composta por dois corpos, um setecentista e outro oitocentista. Estes dois corpos formam um edifício homogéneo, com fachadas uniformizadas e harmoniosas. Apesar da sua simplicidade, contrastante com a sumptuosidade de algumas construções da época, é um reconhecido exemplar da arquitectura civil da época barroca.
Pelourinho de Alijó 
Assente em plataforma de 3 degraus, tem base em moldura redonda, fuste cilíndrico liso e capitel de remate esférico. É do séc. XVI e foi restaurado no séc. XIX.
Grande plátano, situado no centro da vila de Alijó, mandado plantar em 1856, pelo Visconde da Ribeira. Constitui actualmente um dos mais importantes ex-libris de Alijó, classificado como Monumento Nacional de Interesse Público.
Alijó
alguns já nem vindimaram...
Levava-mos ''em agenda'' a visita à propriedade de amigo indicado pelo MVitorino que dista uns dois km da Vila.
E o ''encontro'' deu-se num ápice... o Amigo Victor abriu a adega... e ''carregamos'' alguns garrafões de um tinto a preço simbólico mas de qualidade ''divinal''... 
Não só vinho... bons ''derivados'' - vinho do Porto - azeite e ''Moscatel'' que batizamos de Favaios pois fica nas suas cercanias...
Alijó
Alijó - vinhas
É claro que quando passearmos de novo nas redondezas, por certo revisitaremos o amigo Vitor cujas coordenadas daremos a quem pretenda fazer o mesmo...
Favaios
Havia que prosseguir tendo como destino a simpática cidade de Vila Real.
Antes ainda procuramos o _P_ da ''Casa de Mateus'' que verificarmos ser um local aconselhado para quem pretenda fazer a visita, o que não era o nosso caso por agora.
Em Vila Real fomos ''parar'' ao Parque de Campismo mas... o preço praticado para a época desaconselhou a sua utilização e acabamos por ''rodopiar'' em sentido inverso e estacionar para pernoita no enorme parque próximo das residências universitárias.
Dali, ainda se fez uma incursão pedestre ao centro citadino pelos trilhos do magnífico parque verde adjacente ao Rio Corgo.
do lado da cidade, avista-se o iluminado centro comercial ''Dolce Vitae''
_P_ junto Residências Universitárias e ''Dolce Vitae'' - Gps N 41º 18' 01.3'' W 007º 44' 000''
Percorridos: 561 km (dia 98 km)
Dia 8 de viagem – 9.NOV.12 – 4ª. Feira
VILA REAL - AMARANTE - BRAGA
o _P_ de Vila Real - bom para pernoita
Pela manhã o sol ainda brilhou o que nos permitiu ''descer o Marão'' sem precalços.
Havia que fazer paragem em Amarante para visita e almoço.
Os meus amigos foram almoçar ''fora'' mas... regressado da visita à cidade amanhei a refeição ao mesmo tempo que a chuva regressou.

o _P_ em Amarante na margem esquerda do rio Tâmega - sítio calmo e agradável
 
 
 
 
os ''castiços'' CONFESSIONÁRIOS!!!
 
 
 
 
 
 
_P_ em Amarante (acesso com desnível 15%!!!) - N 41º 16' 00.3'' W 008º 04' 51.8''
 
 
 
 
Regressamos dando por finda esta muito curta mas agradável incursão por terras transmontanas.
Percorridos: 666 Km (Dia 105 Km) 
PESSOAL excedentário??? Hum... todos os dias há que mudar o ''calendário''...
Posted by Picasa

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